A METAMORFOSE

Narciso Miranda andou hoje a saltitar de pivot para pivot, de televisão para televisão, para dizer que é um homem sério e com carácter. É no mínimo estranho que alguém que não foi notificado da sua expulsão do PS fale tanto sobre o assunto e considere o processo "kafkiano" e de cariz "estalinista". O saudoso Tavares bem o tratava carinhosamente por "Lenine", quando o dux governava Matosinhos, e seria certamente um dos primeiros a rir com a autodefesa do homem de Barroselas. Que se apresentou "amargurado" mas nem por isso com um espírito de vingança menos apurado. O leão está ferido. Parece-me que mortalmente. Não há nada pior que desaparecer do mapa através de métodos que se conhecem bem. No fundo, Narciso devia saber que a vida das borboletas é efémera e que o seu percurso político foi uma eternidade.
Corre o pano sobre o protagonista. Que, aposto, vai sair de cena sem dizer o que é que Sócrates lhe disse quando decidiu ser candidato independente.
Das duas umas:
- Ou lhe ofereceu a lua e as respectivas ninfas.
- Ou não lhe disse nada.