FERNANDO, O ROCHA AND ROOL


Declaração de interesses: gosto do Fernando Rocha.
Não só porque de vez em quando me oferece algumas edições com a chancela da Câmara Municipal de Matosinhos, cujas opções editoriais podem ser discutíveis (tudo é discutível, sobretudo neste espaço) mas que pelo menos se fazem notar, abrindo espaço para alguns autores do concelho de Bouças. Basta visitar a nossa magnífica Biblioteca Pública para perceber como o acervo tem crescido.
Fernando Rocha - não confundir com o grunho das anedotas - é um político que fez a sua escola na sombra dos políticos e isto só o beneficia porque percebeu bem como se fazem as figurinhas antes de se tornar também uma delas.
Não percebi as críticas que choveram quando assumiu o pelouro da cultura pois quem falou percebe tanto de cultura como eu de feijoada de búzios. Mais uma vez Rocha mostrou, nesse campo, que é um homem que arregaça as mangas. Não elevou a fasquia tão alto como Dias da Fonseca - também era impossível... - mas não ajavardou.
Só quem está lá dentro é que sabe como é difícil valorizar a cultura quando a prioridade são as obras públicas e a política de vão de escada.
Rocha soube ainda fazer a transição de um modelo já ultrapassado da organização das festas do Senhor de Matosinhos e ninguém lhe pode apontar o dedo. A cidade cresceu demasiado e esmagou o espaço de uma festa anacrónica (não se pode exterminá-las?).
Outra coisa que aprecia no FR é a sua frontalidade. Foi o único político matosinhense que não concordando comigo pegou no telefone e espingardou. Antes assim que pela calada. De homem para homem.
Só ainda não percebi se Rocha vai continuar com Guilherme ou se vai saltar para outro concelho da área metropolitana. Espero que não. Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis, e agora até temos incinerador, mas Matosinhos só tem a perder se a sua ambição (natural) ultrapassar a missão.
Acredito que vai ficar ao lado de Guilherme. A não ser que o actual presidente caia na esparrela de não o nomear para n.º 2.