EU NABO ME CONFESSO


O "Correio da Manhã" está a fazer um levantamento das declarações de rendimentos e de propriedades de alguns presidentes de câmara. O resultado tem sido, no mínimo, curioso. Todos eles acumularam um vasto património, têm avultados depósitos e aplicações e justificam a fortuna com "o trabalho de uma vida". É difícil descortinar onde está essa vida pois estamos a falar de autarcas há imensos anos no poder e que não largam o osso. Autarcas que anualmente não arrecadam muito mais de 40 mil euros como resultado do seu vencimento mas que surgem com poupanças na ordem do milhão de euros. Vamos dar de barato que quando chegaram ao trono já tinham esse dinheiro. Vamos dar de barato que, como disse um deles, são poupadinhos. Vamos dar de barato, ainda, que compram a roupa que vestem na feira da Senhora da Hora ou no outlet lá da terra. Só queria que me explicassem como é que com um rendimento na ordem dos referidos posso eu também comprar uma casa em Loulé, ter uma piscina na minha residência e ainda uns trocos jeitosos num banco. Ao ler as explicações dos senhores autarcas confesso que fico deprimido e me acho um esbanjador. Como é que não consigo poupar 1500 euros por mês sobre os dois mil e picos que me pagam? Sou mesmo um nabo!