A amiga Olga diz adeus


Ao contrário de alguns arrivistas, dromedários, analfabetos funcionais e convencidos que nesta terra proliferam como enxames de vespas asiáticas clonadas com moscas do esterco, quando falo de algumas personagens da nossa vida política faço-o quase sempre com conhecimento de causa.
É o caso da engenheira Olga Maia, que conheci na plenitude da sua presidência da junta de freguesia de Perafita, freguesia onde agora resido. Só um calhau perafitense não seria capaz de apreciar nessa altura o trabalho feito pela presidente da junta, que gastava a sola dos sapatos no contacto com os fregueses e batia o pé ao 'poder central', sendo que nessa altura reinava em Matosinhos um rei absoluto. Não caio no exagero de dizer que Olga Maia colocou Perafita no mapa, como o dux disse ter feito de Matosinhos, mas a verdade é que foi uma presidente de junta como deve ser uma presidente de junta. Ponto.
Abro apenas parêntesis para dizer que Olga Maia também teve a sorte de ter em Perafita um opositor a sério, como era o senhor Belmiro, eleito do PCP, responsável por algumas discussões históricas a que assisti em algumas assembleias de freguesia.
Bem, tudo isto para dizer que está aí a homenagem final, em vida, a Olga Maia, depois de quatro anos na qualidade de elo de ligação das juntas com a Câmara Municipal, um trabalho que espero ver em breve compilado (adoro esta palavra!)  para poder combater eventuais insónias.
Não sei quem escolheu a foto do evento da homenagem, marcado para o fim de março, no inevitável Terminal de Cruzeiros (desta vez, sim, com o nome muito apropriado ao momento) mas sigo para bingo que já sei que nesta terra nem a linha tenho o direito. O que sei é que não vou. Sobretudo por respeito a quem respeitou uma autarca no seu percurso e sabe que ali vai encontrar quem apenas quer fazer uma presença, ficar bem na fotografia ou então certificar-se que a carreira política de Olga Maia chegou ao fim.
No terminal.