O METRO

Esta foi uma semana fértil em notícias e contra-notícias sobre o pequeno metro do grande Porto. Em causa está a expansão da rede. A um ano das autárquicas, os presidentes de câmara em exercício querem "metros", ou até "centímetros", para acrescentar às respectivas campanha. É isso que está em causa e não o modelo de sustentação económica de um equipamento que dá um prejuízo brutal e que é espantosamente lento e pouco eficaz. Não sou um utilizador frequente do metro mas não é preciso muito para se perceber que nada tem a ver com qualquer metropolitano digno desse nome, ou seja, abrangente, rápido e barato. O povo, claro, não tem voto na matéria e só tem de aproveitar o que há. Que é manifestamente pouco, sobretudo se comparado com o folclore recente. Onde Rui Rio mais uma vez aparece na posição de besta negra. O presidente da Câmara do Porto é um não alinhado e pagará com isso até ao fim. Queria o metro a descer a Avenida da Boavista? Pois que espere sentado, ele vai dar a volta pelo Campo Alegre. Pouco importa que, à conta desse projecto anunciado, já se tenham gasto mais de 3 milhões de euros na requalificação da maior avenida do Porto... O nosso presidente da Câmara também estava de acordo com este traçado mas entretanto mudou de ideias. É algo que pode fazer e que se aceita sobretudo para quem está por dentro da própria administração do Porto. Como todos já perceberam, neste país a presidência de uma autarquia não é suficientemente motivadora, faz sempre falta um lugarzito numa administração pública vizinha, no caso, a Metro. Por isso, toda esta discussão a que assistimos é simplesmente patética. Os decisores estão a discutir uma decisão que tomaram em colégio, obviamente com base em estudos que jamais conheceremos. Quando muito teremos um "cheirinho" dos mesmos, tal como acontece com as regalias inerentes à duplicação de cargos na administração pública. Eu sei, eu sei: essa malta só anda de Metro no dia das inaugurações. De borla, claro.