Pedro e Paulo, dois apóstolos da mesma fé mas completamente diferentes como autarcas

 


Como muitos de vocês sabem, não votei em Paulo de Carvalho em 2013, em 2017 e em 2021. Em 2013 votei no candidato da CDU e nas eleições seguintes, por razões óbvias, nos candidatos do Movimento ANTÓNIO PARADA SIM.


Mas foi em 2013, nas eleições autárquicas, num comício no parque Basílio Teles com António José Seguro, que conheci o Paulo, quando ele liderava a candidatura do PS à junta de freguesia de Matosinhos e Leça da Palmeira. O outro, o Pedro, candidatou-se na mesma altura pelo PS B e ganhou com 43,79% dos votos contra 26,96% (mais que os 25,26% do total socialista no concelho) de Paulo de Carvalho.

O Paulo era aposta forte de António Parada e, ao contrário deste último, não rasgou o cartão e manteve-se no partido, mas não foi o candidato à união de freguesias em 2017, quando o Pedro conseguiu convencer Luísa Salgueiro que devia ser ele o candidato número 1. A atual presidente da Câmara nunca pareceu muito convencida e acertou um compromisso de honra com o Pedro para o caso de este ser eleito deputado, como foi, quando deveria renunciar ao mandato para o Paulo. Mas Pedro roeu a corda e acumulou cargos pensando que teria força política para em 2021 voltar a ser candidato. Azar, a Gerigonça espatifou-se! E perdeu pau e a bola. Ninguém sabe por onde anda, depois de ter convocado para a varanda do seu apartamento várias figuras do mundo política matosinhense, quando ponderava lançar uma candidatura independente. A coisa, como se sabe, ficou pela varanda, não desceu à arena politica.

Em 2021, Paulo de Carvalho pôde, por isso, sentar-se na sua cadeira de sonho. Ainda não passaram dois anos mas já se pode dizer que caiu no goto de leceiros e matosinhenses. É um homem simples e de consensos e só por isso governa sem maioria mas com o acordo tácito do SIM de Fernando Machado (11 votos contra 10 dos restantes partidos) e a bonomia de outras forças políticas, com a exceção dos ressabiados do costume.

Diga-se ainda que Paulo conseguiu superar os números de Pedro em 2017 - nessa altura este último foi obrigado capturar,  em bloco e antes do ato eleitoral, os eleitos do SIM para conseguir alguma governabilidade.

Sim, é certo que Paulo senta-se numa cadeira de três pernas mas a verdade é que tem conseguido levar a água a bom porto embora sem grandes inovações. Mas claramente sem tiques de tiraninho. Vamos ver se consegue manter-se assim até ao fim do seu ciclo e vamos ver também se em 2025 é candidato à junta de Matosinhos ou à de Leça da Palmeira (que Pedro vai cobiçando).

'Apóstolo' que o Pedro ainda não atirou o toalhete ao chão.