Luísa Salgueiro desrespeitou um dos mais elementares deveres de um político. E novidades?

 


Assim que ouviu Cavaco Silva afirmar que a crise da habitação é o resultado do falhanço do governo nos últimos sete anos, numa conferência, Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e ali presente na qualidade de presidente da Associação Municipal de Municípios, fez esta vergonhosa peixeirada de se levantar do seu lugar e sair do auditório. Com esta carinha entre o enjoo e a promessa de vingança.

Cavaco Silva, conforme sublinha Carlos Alberto Ferreira, foi primeiro-ministro no tempo em que em Matosinhos foram construídas 3999 habitações sociais, quando Narciso Miranda era presidente da Câmara. Para além disso, foi Presidente da República durante dois mandatos e a um PR deve-se sempre respeito, nem que este se atire ao Tejo para dar banho à minhoca.

Luísa Salgueiro vai ficar certamente bem na fotografia dos crentes do socialismo musculado. A duunviro matosinhense deve estar deslumbrada com o recente destaque do jornal que normalmente a Câmara contrata para fazer suplementos de promoção turística ou então perdeu mesmo a noção da realidade, julgando-se num patamar de total impunidade, o que não surpreende pois é algo comum a muitos os que hoje estão no arco do poder.

Como matosinhense, tenho vergonha quando vejo atos de terrorismo político como este. Um sinal de que atingimos um tempo em que os donos do poder sentem que tudo podem fazer porque o mundo não entende como conseguem ser tão perfeitos e bonzinhos. É certo que vivem numa bolha onde todos aplaudem e se ajoelham nem que seja pelo facto de alguém respirar.

A prolongada exposição ao mundo partidário acrescentada a outro tanto de permanência no poder resulta sempre mal.

Neste caso, resultou num nojento insulto à urbanidade democrática.

Tudo dito aqui.