Hoje vou estrear o 76 mas já tenho saudades do B

 


Estou agora na paragem de chaparia em frente ao forte de Leça da Palmeira. 

Voltei a ter 12 anos e aprecio as capas dos jornais do dia enquanto observo também a velha fortaleza. Acabei de fazer um xixi no mictório ao estilo suíço do largo do Castelo, depois de um chá com pão acabado de sair do forno da padaria Leixões no qual a margarina se derreteu num instante, na casa da minha avó, na rua Moinho de Vento. Tenho ainda esse sabor nos lábios.

Espero o B, que me levará até Matosinhos, à paragem do Parque Basilio Teles. Mas o 'caolha' de dois andares não vai chegar porque agora já tenho 18 anos e as capas dos jornais mudaram. O forte, não.

Chega o laranja. O 76. É veículo moderno e rápido mas faz o mesmo percurso. Olho ao entrar para ver se posso subir para o primeiro andar e para ver se tenho lugar nos bancos da frente, a esplanada.

Mas agora tenho 61 anos e posso imaginar o passado aqui sentado a ver Leça da Palmeira passar, assistindo ao movimento das 'cegonhas' do Porto de Leixões, agora subindo a Álvaro Castelões e finalmente ao nível das copas das frondass árvores do parque que balizavam o nosso circuito de corridas de biclas.

E agora desculpem mas vou dar de comer aos marrecos.