O exílio de Narciso, salvador do socialismo em Matosinhos

 


O poder autárquico democrático em Matosinhos permanece dependente deste homem que veem na imagem. Para aqueles que nos últimos anos perderam a capacidade para o identificar, depois de muitos anos de genuflexão reverencial, aqui informo que estão a ver um nevão a ser afetado por Narciso Miranda.

O político nascido em Barroselas e que começou a conhecer Matosinhos por São Mamede de Infesta está aparentemente fora do circuito desde que viu baldar-se a sua segunda tentativa para recuperar o trono de Bouças.

A verdade é que o socialismo deve muito, em Matosinhos, ao José Rodrigues. Para além dos 26 anos de exercício presidencial e mais três como vereador, o dux de Bouças 'salvou' o Partido Socialista em 2017 quando decidiu ir de novo a jogo como independente, dividindo a oposição, baralhando as contas e permitindo uma vitória relativamente tranquila de Luísa Salgueiro, após um hiato de quatro anos de socialismo encapotado.

Não ficando por aí, e depois de conseguir eleger dois vereadores, tantos como os conseguidos pelo Movimento António Parada Sim, Narciso foi bonzinho com a nova governança, posto o que, com o terreno limpo, assistiu de palanque às últimas autárquicas.

Temo-lo visto, como diz o povo, a laurear a pevide por essa Europa fora e também por Matosinhos. Agora sem responsabilidades políticas. Livre como um passarinho. Sem direito a nome em rua ou praça, o que é bom, pois é sinal de que está vivo, embora sem direito a estar na galeria de personalidades de Matosinhos, onde contei pelo menos um vivo (Siza Vieira) e o Sancho Pires.

Aos 73 anos, parece que já passou o tempo de o voltarmos a ver a integrar as fileiras socialistas. Há que reconhecer, no entanto, que enquanto não socialista de cartão foi muito mais socialista que algumas figuras que vemos por aí.

Ah, claro, não podemos esquecer que foi expulso do PS por José Sócrates!