A propósito de um mais um aniversário e da terra que nunca se deixa de amar

 


Nasci há 61 anos no velho Hospital da Misericórdia, em Matosinhos. Na altura vivia em Leça da Palmeira, onde vivi até aos 9 anos e frequentei a escola da rua Nogueira Pinto (onde conheci a minha primeira casa).

Posso dizer que Leça da Palmeira e Matosinhos são tratadas por igual pelos sentimentos que o meu músculo cardíaco não tem mas que é suposto ter. Como já estou 'fora do circuito', numa off shore alentejana, devo acrescentar que a balança pende sempre um pouco para Matosinhos sem que com isso passe a gostar menos de Leça da Palmeira.

No fundo, hoje são a mesma cidade, embora cada terra com a sua identidade e história.

Não é para todos ser de Matosinhos e de Leça da Palmeira mas é para mim.

Nesta pequena síntese da minha vida há imagens nos dois lados da cidade mas destaco a Boa Nova, esse promontório de penelas com o oceano pela frente, onde em tempos se abrigaram anacoretas, lugar de um farol antigo e do novo, sítio de amores e bruxarias, o lugar onde sempre vamos com vontade de ali voltar.


Só é pena que o pequeno templo dedicado a S. João raramente esteja aberto embora tenha sido, há poucos anos, objeto de investimentos de dinheiros públicos. Mas já sabemos que a Igreja faz o que quer do seu património.

Hoje, vivo no Alto Alentejo, na aldeia da Comenda, concelho de Gavião, mas nunca esqueço a minha terra. Se é Matosinhos ou Leça, não sei. Guardo comigo as suas memórias e todos os matosinhenses ao lado de quem caminhei. Alguns já não estão cá fisicamente mas permanecem vivo nas nossas memórias certamente.