O que estão a ver é a ruína de um investimento de peso. No caso concreto, na estação de Vale do Peso, entre o Crato e Alpalhão.
O interface foi inaugurado em 1993 no então ativo ramal de Cáceres da Linha do Leste. Por aqui se fazia por via ferroviária uma das ligações por estes meio a Espanha, no caso concreto à cidade estremenha de Cáceres. A linha foi inaugurada em 1880.
O investimento feito no interface foi para aqui...
O ramal foi encerrado no dia 1 de fevereiro de 2011, portanto, quase há 12 anos.
Hoje, ali podemos ouvir o barulho da máquina que, por perto, derruba eucalíptos, pelo visto uma das poucas atividades que por aqui ainda florescem.
Estamos habituados a grandes parangonas a propósito da ferrovia nacional - agora temos aí o foguetório do TGV, mais um mega investimento para servir o superpovoado litoral do país. Sucessivos governos, de cores distintas, têm sido pródigos em anuncia na ferrovia nacional mas todos sabemos que a realidade está atrasada em relação à ficção que nos querem vender.
Quem tiver dúvidas sobre esta narrativa, só tem de ser resiliente e ir até ao Vale do Peso, como eu fui.
Para além da grandiosa ruína, pode ainda apreciar os bonitos painéis de azulejos que têm a assinatura de Jorge Colaço.