António Parada, um caso sério de resistência no palco político de Matosinhos


 António Parada é um caso de estudo da política autárquica.

Ascendeu a pulso no partido do punho erguido que se transformou em rosa vermelha descolorida, foi presidente da junta de freguesia de Matosinhos de indiscutíveis méritos e acabou por ser o único candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara de Matosinhos que perdeu uma eleição - no caso, para o 'independente' Guilherme Pinto, nas eleições de 2013.

Parecia ter sido o fim de Parada na vida política.

Mas António Parada reinventou-se. Entregou o cartão do partido, resistiu a uma maratona de duas horas com António Costa num hotel do Porto (sei do que estou a falar pois estive à sua espera no carro) e encabeçou o movimento de cidadãos MATOSINHOS SIM, conseguindo dois vereadores e um empate técnico com a candidatura do T-Rex Narciso Miranda. O Partido Socialista não conseguiu maioria e teve de governar apoiado na bengala do PCP e do inefável Rodrigues.

Volvidos quatro anos, sofrendo toda a erosão que atinge inevitavelmente os movimentos de cidadãos, que não possuem a argamassa dos partidos instalados no poder, voltou a candidatar-se e foi eleito de novo vereador. O movimento que lidera manteve-se como terceira força política de Matosinhos, contra todas as expetativas.

Falta saber como será em 2025, quando Luísa Salgueiro avançar para o seu último mandato. Depende de Parada o lançamento de mais uma candidatura. Só ele vai decidir.

Acredito que teremos mais histórias para contar.