Uma fantástica proeza conseguir que o Porto desse de frosques da Associação Nacional de Municípios

 


Como todos sabem, o Porto disse xau à Associação Nacional de Municípios, a prenda que António Costa entregou a Luísa Salgueiro e que esta não conseguiu recusar, assumindo uma responsabilidade pesada em prejuízo do município de Matosinhos (um dia lá chegaremos).

Mas a política é mesmo este espetáculo e por norma não se recusam rebuçados, nem que estes sejam doutor Bayard fora do prazo de validade.

Pois bem, a primeira proeza da nova presidente da ANM foi conseguir que um dos maiores municípios do país, o Porto, abandonasse a associação. Basicamente porque Rui Moreira, que aprendeu a dominar o vento na marina de Leixões, percebeu que a ANM estava feita com o Governo e ia assobiar para o ar no processo da descentralização de competências na saúde, na educação e na ação social.

O Governo quer entregar aos municípios as despesas com funcionários e manutenção em milhares de equipamentos fazendo contas por baixa e entregando aos municípios dinheiro que na melhor das hipóteses servirá para pagar à justa as novas responsabilidades mas que nos grandes municípios terá grande impacto - Gaia, por exemplo, já calculou que irá ter de assumir 7 milhões de euros só na área da educação.

Não sei se perceberam mas Rui Moreira é um dos poucos 'macronianos' presidentes de Câmara, está lá fruto de um movimento cívico e, como tal, nada deve a quem ocupa o poder. Foi assim que o Porto se afirmou ao longo da história em relação ao poder dos bispos e do rei. É assim que continua face ao rei absoluto de Portugal, Costa I, II e agora III.

Quanto ao julgado de Bouças, não preciso de dizer mais nada - corre na sombra de quem manda.