Um abraço sentido ao camarada Pedro Sousa

 


Tomei a liberdade de adaptar a última tomada de posição de Pedro Sousa para introduzir umas perguntas que gostava de lhe ter feito. Podemos não ser fãs do homem mas temos de reconhecer que sabe pensar e escrever, ao contrário de muitos semi analfabetos que pululam na nossa cena política.

- Indo diretamente ao osso da canela, doeu muito este chuto para fora do areópago nacional?

- Muito terei para partilhar (e devo essas explicações ao povo) sobre o facto de ter sido “excluído ao fim de apenas 8/9 meses de verdadeiro exercício de funções no Parlamento (descontados os quase três meses respeitantes ao período crítico da pandemia, em que, tal como a vasta maioria dos deputados, também eu estive impedido de participar nos trabalhos na Assembleia da República; os dois meses e meio em que este ano estive a recuperar do meu percalço de saúde e a interrupção regular dos trabalhos durante as “férias” parlamentares).

- Doeu muito ou não?
A expressão desse meu estado de alma ficará para outro momento.

- São uns ingratos, certo?
Acumulo quase 20 anos de percurso partidário, um investimento pessoal numa causa nobre: o serviço público e o bem comum.

- Sente-se um duque de trunfo descartado do baralho?
Acredito, sinceramente - porquanto esse é um sinal de forte liderança, autoconfiança e genuína partilha do sucesso - que quem “tem o poder de decisão” continuará a acreditar no “tal valor que eu tinha em 2009, 2013, 2017 e 2019”, pois ninguém inteligente afasta os melhores (palavras de terceiros e não auto-avaliação) do seu caminho, antes agrega e consolida a sua posição, num claro sinal da excelência da sua liderança.

- Estou um bocado confúcio e por isso pergunto se é verdade que está a pensar converter-se ao budismo?
- Eu confio e acredito no Universo, na lei do retorno e na boa-fé dos seres humanos (até prova em contrário). Assim, neste momento, dizer que não só estou muito feliz por ter dado o meu melhor (o possível no curto espaço de tempo) e ter tido o privilégio de servir o meu País no Parlamento, como também desejar as maiores venturas aos candidatos às próximas Legislativas, especialmente, ao Eduardo Pinheiro, Miguel Rodrigues, Beatriz Carvalho e Paula Fernandes (Camaradas do Concelho de Matosinhos).

- Vai voltar a convidar António Costa para uma sardinhada a bordo de uma traineira ou vai optar por o lançar ao mar?
- Hoje, mais do que nunca, o País precisa mesmo do PS com uma maioria reforçada. O povo necessita que António Costa tenha condições para uma governação estável, onde não existam novas crises políticas criadas pela “direita e seu extremo, aliados à CDU e BE” (como agora sucedeu com o chumbo do Orçamento do Estado’22 e que levou à dissolução do Parlamento).

- Portanto, continuará a ser um camarada, certo?
- Deixo uma palavra de profundo apreço, gratidão e reconhecimento ao meu amigo, camarada e presidente da Federação do PS Porto, Manuel Pizarro, pela forma como liderou o processo de elaboração da lista, como esteve (e está) sempre disponível para o diálogo, em busca de consensos e por toda a sua solidariedade em relação à minha situação concreta. Obrigado Camarada.

- É verdade que vai escrever um livro sobre o Bairro Alto?
Os grandes agradecimentos e reflexão sobre o meu trabalho parlamentar ficarão para outro momento, mas confesso que transporto no meu coração muitas pessoas que conheci na Assembleia da República e guardo na memória muitos episódios vividos com os trabalhadores, com deputados de outros partidos, com os meus camaradas e, claro está, com a “décima 5ª”!!!.

- Projetos para o futuro que é passado agora?
- Vamos à luta, prestando contas e apresentando as nossas propostas para continuar a melhorar as condições de vida do nosso povo!

- Que prenda de Natal vai dar a Luísa Salgueiro?
- Não posso terminar esta publicação sem felicitar a Camarada Luísa Salgueiro pela sua recente eleição para Presidir à ANMP, num claro sinal do valor que lhe assiste, da sua capacidade de trabalho e de liderança. Juntos, Rumo à Vitória no dia 30 Janeiro 2022!

Fiquei esclarecido. As minhas desculpas aos leitores mas não tive acesso à famosa varanda com vistas para A Poça.