Parabéns, Batô, pelos teus 50 curtos anos

 


Não podia faltar à festa dos 50 anos da discoteca mais antiga em funcionamento em Portugal, embora mais nova nove anos que aqui o 'je', que na altura da transformação do 'Coutada' em 'Batô' vivia ali ao lado e mais tarde viria a adormecer ao som do baixo das colunas de som da discoteca que mais contribuiu para a produção de marmelada no distrito do Porto.
O velhinho Batô, cujo interior foi concebido com os destroços do navio 'Varna', que encalhou no Cabedelo, em Gaia, pela mão do mestre Albino Lopes, completou 18 262 rotações da Terra e espalhou o pó de estrelas por diversas gerações. A minha pode dizer-se que foi a primeira a pôr os pés e a cabeça no ar no deck com o som mais da frente naquela época.
E porque 50 anos a bombar não são 50 anos a fazer malha ou a esgaçar o mouco, a festa teve que acontecer na noite desta quinta-feira, a pisar o início de mais um estado de calamidade, sendo certo que calamidade a sério é não podermos contar com o Batô de portas abertas.


Ainda chegamos a tempo do bolo mas não da palestra do Joel Cleto e dos discursos da praxe, inclusive o da presidente da Câmara, que também andou por ali a abanar o capacete quando tinha o seu estilo natural selvagem (o meu preferido).
A verdade é que quando a coisa começou a fluir, mais ninguém quis saber do bolo e, por isso, mantive-me firme na posição estratégica que ganhei junto do produto pasteleiro. Eu sei que vão começar já a aí a perorar sobre o perigo da COVID e das variantes mas isto é mesmo assim: até ordem em contrário, não somos prisioneiros de um qualquer estado de calamidade mesmo com duas vacinas no lombo que aceitamos sem saber os efeitos secundários.
O que importava era estar nos 50 do Batô. Check. Espero poder estar também na festa do centenário, assim o permita a vacina que está a ser preparada para evitar a morte, cujo efeito secundário prevejo que seja um grande aborrecimento.


Uma derradeira palavra para vos agradecer o facto de também andarem por aqui e por terem elevado a audiência deste modesto blogue acima das fasquia das seis mil visualizações mensais. Muito obrigado!