Um corredor verde da mesma cor do rio


O corredor verde do Leça, no seu percurso em Matosinhos, está a tornar-se, lentamente, lutando muito contra os obstáculos e a burocracia da contratação pública, uma realidade. É uma obra difícil e que tão cedo não estará concluída em toda a sua extensão. Mas o importante é que, alguns anos depois do seu anúncio, ainda no tempo (2017) de Eduardo Pinheiro como presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, vai avançando.
Recentemente, os municípios que são 'donos' deste pequeno rio que antigamente encantava pelo seu romantismo, sobretudo no seu estuário, entre Leça da Palmeira e Matosinhos, constituíram uma associação que visa despoluir o rio. Missão ciclópica, como devem imaginar, bastando para tal olhar para as águas sujas que correm no Leça, poluídas por descargas várias ao longo da sua bacia hidrográfica de quase 190 quilómetros quadrados num percurso, desde o Monte Córdova, de 45 quilómetros, que inclui os concelhos de Santo Tirso, Trofa, Valongo, Maia e Matosinhos.


Na semana passada, foi constituída a 
Associação Corredor do Rio Leça, com sede na Lionesa, onde os municípios de Santo Tirso, Valongo, Maia e Matosinhos inauguraram um espaço que visa a recuperação ecológica do rio e a sua valorização paisagística, cultural e socioeconómica. Já temos aqui uma comboio com várias carruagens atreladas, como é da praxe, quando o que importa mesmo é despoluir o rio para depois irmos aos outros assuntos. O ministro do Ambiente e da Transição Energética, o inefável Matos Fernandes, também marcou presença, não faltando o eterno Pimenta Machado que tutela a Agência Portuguesa do Ambiente aqui a Norte desde o século XIX.
O projeto global prevê o investimento de 38 milhões de euros e vai ter, naturalmente, financiamento comunitário. Falta agora saber quanto destes 38 milhões serão desviados para a operação, isto é, para o gabinete, que não será pequeno, que irá comandar o processo em parceria com as autarquias. Mas essas contas já sabemos que só se fazem no fim e o fim ainda está distante.
Não restam dúvidas é que a sede desta associação de municípios está um brinquinho, ao contrário das águas sujas e mal cheirosas da cloaca a que alguns chamam rio.


Mas de uma coisa temos já a certeza. O presidente da Câmara de Valongo tentou mas verde, verde a sério e substancial só mesmo o casaco da nossa presidente do corredor que ia na direção da inauguração da tradicional placa.