A acusação do Ministério Público é de junho passado mas foi abafada e só agora é conhecida (parece que aconteceu qualquer coisa no dia 26 de setembro, se souberem o que foi informem-me por mensagem privada). O vereador Correia Pinto, 'despromovido' para a segunda linha na lista das últimas autárquicas, irá certamente defender-se (até já pediu a instrução do processo) mas a verdade é que corre o risco de perder o mandato. Se for assim, Nuno Matos, o agora adjunto da presidente, pode fazer a sua estreia nas lides da vereação, ele que era o número 8 da lista socialista. Isto é, em caso de condenação, depois de tudo transitado em julgado e se o mandato perdido não for o que já cessou...
O que aqui está em causa é o uso do BMW da Câmara para fins pessoais e um gasto pouco superior a 600 euros em combustível e portagens. Presumo que esses gastos estarão documentados. Se assim for, terão de ser justificados com o uso da viatura em trabalho para a autarquia.
Este caso, sobre o qual não vou adiantar qualquer sentença ou juízo moral, apenas relevo um facto: nada justifica que as vereações deste país, da Câmara maior à mais pequena, estejam equipas com viaturas topo de gama e em muitos casos com motorista. Nada! Mas a verdade é que ninguém conseguirá mudar este estado de coisas, nem os almoços grátis nos melhores restaurantes da cidade, quase todos, obviamente, almoços de trabalho (com a faca e o garfo).
Como já li algures alguém opinou, "eu se estivesse no lugar deles fazia o mesmo". Se alguma moral há para esta história, essa moral é esta.