Com sete ninguém se mete?

Ficamos agora a saber que o Partido Comunista fechou um ciclo colaboracionista de oito anos com o Partido Socialista A e B de Matosinhos. José Pedro Rodrigues, conforme reza a Imprensa oficial, não aceitou renovar os pelouros da proteção civil e da mobilidade. Essa só contaram mesmo para você mas não vou desenvolver esta matéria pois é o que menos interessa neste momento, Hoje, a realidade política de Bouças é um executivo com sete socialistas e apenas quatro vereadores fora deste arco do poder, embora um deles, de que já aqui se falou, já tenha dito que vai colaborar. Na Assembleia Municipal, graças aos presidentes de uniões de freguesias eleitos, o PS tem também, por um, maioria, isto é, 19-18, mas mesmo que não tivesse alguém iria certamente colaborar, quanto mais não seja o sempre prestável PAN ou então o Narciso (espera, já foi à vidinha dele?!) Com isto, o caminho está aberto para uma governação olímpica, tendo em conta também a bazucada que vem aí,
Tem Luísa Salgueiro, neste seu segundo de três mandatos, a oportunidade para mostrar que tem unhas para esta guitarra elétrica que é Matosinhos. Como seja, sugar ao máximo os dinheiros da bazuca, apresentar obra para além de praças e de peças duvidosas da sempre duvidosa arte contemporânea ou de pinturas de guindastes num porto comercial que tem um cais abatido há largos meses e uma ponte móvel que está mais tempo avariada que a funcionar (calma, temos o Mumma, mas é obra do nosso Luís!). Fico também à espera que a nova gerência, graças ao refresh feito no topo hierárquico da vereação, saiba perceber que a Máquina autárquica está entupida de chefias que apenas atrapalham e que tem de ser renovada igualmente (embora aqui eu perceba a dificuldade em despachar a inutilidade que ali campeia). São desafios grandes face a um histórico no qual as compensações foram sempre superiores à ousadia, com a distribuição de prémios a quem se porta bem, embora o tacho nunca dê para todos, como já percebemos nos últimos dias.
À oposição resta o papel de permanecer vigilante. Matosinhos precisa dela sobretudo como escudo de proteção. Como alternativa já sabemos que será muito difícil mas a Democracia também se faz desta dicotomia que nunca é a preto e branco e que quando foi vermelha também foi-se a ver e era a mesma coisa.
Espero que nos próximos quatro esta voz que vem de fora não se limite a ser a voz do José Modesto na galeria da sala de sessões da Câmara Municipal de Matosinhos, É uma esperança que tenho, para além da tinta que me resta na caneta.