Não é fácil a independência neste país


A França tem um presidente da República independente (os Estados Unidos também, mas à maneira Trump) e as últimas eleições autárquicas em Portugal têm afirmado também movimentos desta estirpe, à margem dos blocos partidários. Mas não é nada fácil lançar e concretizar uma candidatura não partidária aqui na terra. As leis são feitas pelos partidos e faz-se tudo para se manter a situação. Por isso, em Matosinhos uma candidatura não partidária - e temos duas no terreno - tem de recolher 4.500 assinaturas só para a câmara municipal e a respetiva assembleia. Contas feitas, as duas candidaturas não partidárias no terreno têm de recolher as assinaturas de 6,4% dos eleitores matosinhenses, É fácil imaginar a magnitude da tarefa e imaginem agora que havia mais duas candidaturas deste tipo, tendo-se em devida conta que um cidadão não pode assinar mais que uma lista. Pois é, os partidos no poder fazem tudo, mas tudo mesmo, para facilitar a apresentação de candidaturas livres de cidadãos! :) Acresce a tudo isto que quem está no poder dispõe normalmente de uma máquina de votos e muitas vezes de coação de votos, com o aproveitamento também de recursos e meios públicos de forma descarada. Como se tudo o já apresentado não bastasse, de vez em quando temos no terreno os tais partidos travestidos de independentes, situação que, porém, rapidamente cai na típica situação de queda da máscara, como é fácil verificar também aqui por Bouças.