O Senhor de Matosinhos ou ama-se ou odeia-se


Tive a sorte, ou azar, de crescer com as festas do Senhor de Matosinhos praticamente dentro de casa. A festa dos meus 14 anos não é, obviamente, a festa dos meus 55 mas a verdade é que as sensações podem ser diferentes mas não podíamos viver sem elas. Ou sem as farturas do Mário, como outra em relação à Casal. Até o Sumol de laranja mudou e o Twitter era coisa de crianças comparado com as novas atrações. Bem, os matrecos ainda continuam quase tal e qual e é isso que nos salvou ontem a noite. Vai um tirinho? É sempre um tirinho, sobretudo quando a nortada se esquece de nós e nos deixa tropicalizar na festa. Tive essa sorte e também a de me deparar com o renovado painel de José Emídio devidamente iluminado mas esquecido pelos "festivaleiros". Valeu também pela conversa com o senhor António, que encontrei a falar apenas com uma garrafa de espadal. Pedreiro, emigrante em França, falou-me de ordenamento do território e das florestas que temos sem tratar e dos campos que temos sem cultivar. Estava quase a concordar com ele quando me disse que Portugal precisa de um Salazar em cada freguesia. Foi aí que percebi a virtude de Matosinhos ter passado de dez para quatro freguesias. Quanto mais não seja. livramo-nos de seis Salazares.