O debate

 O debate sobre as autárquicas 2013 em Matosinhos ainda está a decorrer mas acho que já há matéria suficiente para afirmar que o melhor era terem ficado todos em casa. Todos? Bem, o candidato do PTP , Orlando Cruz, não. Afinal foi ele quem proporcionou um inédito momento televisivo: um minuto de silêncio (o que é televisão é uma branca monumental), a propósito dos bombeiros. O senhor Orlando é motorista dos bombeiros, informa-se. De resto, o debate esteve quase todo o tempo centrado no desemprego. Ora, todos sabemos que esse é um problema que a câmara só pode ajudar a resolver se lhe permitirem alargar o quadro de funcionários (o que felizmente hoje não é possível). Mas adiante.
Por incrível que pareça, vimos Guilherme Pinto a tentar contrariar o candidato do PTP. A tentar, sublinhamos. O que diz muito.
O senhor Orlando brilhou realmente.
Quanto aos outros candidatos, Vinha da Costa enquanto esteve acordado esteve relativamente bem. Parada fez-se de morto na 1.ª parte mas quando foi para cima de Guilherme Pinto não se saiu mal. Apenas era escusado dizer que nunca entrou no Nery sob o argumento de que é uma casa de espetáculos para intelectuais. Por acaso só lá fui duas vezes e para ver ume espetáculo de humor do Rui Oliveira, um matosinhense, e uma comédia magistralmente protagonizada pelo João Lourival júnior.
O candidato do Bloco de Esquerda, Fernando Queirós, foi o mais sóbrio (e não há aqui qualquer segunda intenção) mas parecia estar zangado. Quanto ao candidato de Ramalde, perdão, Manuel Maio falou um dialeto chinês e o realizador esqueceu-se das legendas.
Falta falar do Zé Pedro, candidato da CDU. Está muito verdinho. Muito mesmo.
Ficamos ainda a saber que o Terminal de Cruzeiros pode salvar Matosinhos e que a câmara impediu os filhos das prisioneiras de Santa Cruz de nadarem na piscina de Perafita. Coisas muito importantes.
Curiosamente, ninguém falou de Narciso Miranda. Nem Guilherme (por ele criado), nem Parada (por ele hoje extraordinariamente apoiado).
Em suma, quem viu o debate até ao fim apenas ficou a saber que Matosinhos está entregue à bicharada. E nada podemos fazer.
 
E.Q.