CARLOS OLIVEIRA DIRECTO AO ASSUNTO


Carlos Oliveira deu hoje uma conferência de Imprensa para anunciar os números do último exercício da SAD leixonense. Pela primeira vez na sua história, desde 2002, a SAD teve um resultado operacional positivo: meio milhão de euros. Mas teve de pagar 700 mil euros de dívidas antigas e as contas fecham, por isso, com um número negativo de 190 mil euros. Mas isto não foi o mais relevante do dia. O presidente leixonense anunciou que se em Dezembro, como prevê, nada for alterada, sairá pois não está para viver de novo o problema dos salários em atraso. Carlos Oliveira começou por referir que foi convidado para liderar a SAD em Março de 2004 quando o clube vivia uma crise directiva e estava à beira do colapso financeiro. Destacou a cooperação de Guilherme Pinto e de José Manuel Dias da Fonseca nesses momentos complicadas e também a colaboração dada por Manuel Carvalho (detentor de 40% do capital da SAD). E historiou o processo de criação da SAD, assente num pressuposto incrível, pois o clube preencheu os seus 60% de participação com 1,9 milhões de euros virtuais. "A SAD foi criada com um papel", referiu. Não propriamente papel-moeda, acrescento eu. "Estávamos falidos antes de começar a operar...", lamentou-se Oliveira. "Se não chegarem apoios. voltaremos a ter problemas em Janeiro e não aceitarei ser responsabilizado pelo futuro", sublinhou. A SAD precisa de dois milhões de euros para poder respirar mas a banca matosinhense continua a fechar as portas, exigindo 100% de garantias do Banco de Portugal para avançar com qualquer financiamento. "Não nasci em Matosinhos e por isso só me fiz sócio do clube muito mais tarde mas já fui apelidado de leixonense de aviário", acentuou. "Não posso arcar sozinho com esta responsabilidade", acrescentou quem se confessou "o maior credor do clube", não pondo, porém, de parte a possibilidade de transformar esse dinheiro em capital ou até em...donativo. Mas, entretanto, Carlos Oliveira precisará de sentir que o tecido empresarial matosinhense está com o Leixões. O que está longe de acontecer. Compreendo também o seu receio quanto ao futuro da política autárquica. "A minha posição não é uma posição política embora alguns a tenham tentado politizar", disse, antes de avançar para o seguinte: "O Leixões tinha um programa semanal na Rádio Clube de Matosinhos e todos os anos recebia um fax para avançar com o programa, este ano não recebemos qualquer fax e todos sabem que quem coordenava esse programa era o senhor Adelino Costa, conotado com um determinado candidato, e que o dono da rádio é o senhor João Lourival, candidato na lista independente..." Quanto ao que pode acontecer no dia 12 de Outubro, Carlos Oliveira disse apenas isto: "Os apoios que a Câmara dá ao Leixões estão institucionalizados e espero que sejam cumpridos". Lembrando que quando, em 2002, a Câmara assumiu 20% do capital da SAD leixonense "aceitou também uma SAD falida, com vencimentos faraónicos e obviamente tem responsabilidades nisso". Não será preciso dizer que Narciso Miranda era o presidente da CMM na altura, pois não? Quanto ao ex-presidente, Oliveira disse que o recebeu na sede do clube há poucos dias. "Pensei que ia lá apresentar um projecto para o Leixões mas foi só apresentar cumprimentos", concluiu. E será que aproveitou para pagar as quotas?, acrescento eu.