UMA BREVE NOTA

Acabo de ver na RTP uma reportagem sobre um grupo de estrangeiros que se voluntariou para ajudar um deficiente, de cor negra, nos arrabaldes de Lisboa. Um pouco antes, um emigrante alentejano afirmara que a mãe lhe dera um dia duas opções: "Ir para Angola matar pretos ou ir trabalhar para o estrangeiro". Escolheu a segunda opção. No mesmo bloco noticioso, o ministro Mário Lino, ex-comité central do PCP, anunciou a abertura da Linha Vermelha do metropolitano de Lisboa, um investimento de 250 milhões de euros. Não sei para que serve a Linha Vermelha ou o próprio Mário Lino. O que sei é que o Estado continua a gastar milhões em "obras estruturantes" enquanto é incapaz de ajudar o mais simples cidadão. Eu sei que posso estar a radicalizar o assunto mas os factos foram-me servidos por esta ordem. O que, enquanto preparava o jantar, me causou uma certa repugnância.