ALGURES, NA PRAIA DA QUEBRADA


Este é o segundo dia que passo na praia da Quebrada, em serviço, por causa do desaparecimento no mar do sobrinho de Simão Sabrosa. Não conhecia esta praia, entre o Marreco e a Agudela, e fiquei surpreendido com a sua qualidade. É apenas mais uma magnífica zona balnear de um concelho que durante muito anos votou a sua linha costeira a um insanável ostracismo (cá está uma palavra que aqui assenta como luva), cuidando apenas da sua costa a norte de Leça da Palmeira quando saltava à evidência o sucesso do serviço público nas renovadas marginais de Matosinhos (primeiro) e de Leça da Palmeira (a seguir). O que agora está a ser feito não é nada que já não se tivesse feito em Gaia, em condições mais difíceis, e mais vale tarde do que nunca. O que se lamenta é que os nossos políticos sejam incapazes de ver o que é evidente enquanto perdem tempo e dinheiro com fontes luminosas, bairros sociais de duvidosa utilidade e outros mamarrachos que bem podiam ser implodidos que nada se perdia. Esta falta de clareza e de capacidade de ir de encontro, imeditamente, ao serviço das populações é que o grande drama da administração pública autárquica. Agora que pelo menos os erros do passado sirvam de lição para o futuro de Matosinhos, com a qualificação histórica, social e ambiental de mais de 12 quilómetros de uma linha costeira fracturada pelo porto de Leixões e ainda conspurcada por algumas ribeiras.