GP 5500

A Câmara de Matosinhos vai gastar 32 milhões de euros a combater a crise no concelho, esperando criar pelo menos 5500 postos de trabalho, revelou hoje à Lusa o presidente da autarquia, Guilherme Pinto. Incentivar o investimento privado, impor o prazo zero no pagamento às pequenas e médias empresas, estimular a criatividade e as incubadoras de empresas, criar postos permanentes de venda de artesanato e ajudar famílias em dificuldades a pagar as rendas de casa, são algumas das medidas anunciadas pela Câmara de Matosinhos. Com vista a acelerar o investimento, apoiado em fundos comunitários ou em programas do Governo, a autarquia prevê gastar 25 milhões de euros, revelou o autarca. Para isso, será realizado um empréstimo, acrescenta Guilherme Pinto, frisando ter como intenção manter Matosinhos com elevados níveis de investimento. De acordo com o autarca, Matosinhos está "em segundo lugar no ranking nortenho enquanto município com maior capacidade para atrair investimento". Guilherme Pinto espera que esta dinamização do investimento privado se traduza na criação de cinco mil postos de trabalho. A Câmara vai ainda "antecipar investimentos de economia social", que corresponderão à criação de 500 empregos. No âmbito destas medidas anti-crise, será ainda feito um outro empréstimo, no valor de cinco milhões de euros, para melhorar a situação financeira das pequenas e médias empresas. "Vamos impor o prazo zero nos pagamentos da autarquia às pequenas e médias empresas. Nestes casos, a Câmara de Matosinhos deixará de pagar a 60 dias", acrescenta o autarca. A isto, soma-se ainda um milhão de euros, gasto "no apoio ao pagamento de rendas às famílias que vejam bruscamente alterada a sua situação familiar", quer devido a situações de desemprego, quer por causa de um divórcio, esclarece Guilherme Pinto. A Câmara espera, ainda, de acordo com Guilherme Pinto, "aprofundar o acompanhamento às famílias dos seus alunos", monitorizando situações de "pobreza envergonhada"."Prevemos um aumento de dez por cento nas prestações da autarquia nesta matéria", revela o edil. A isto, soma-se, entre outras medidas, o aumento do apoio às pessoas dependentes, "para aumentar a disponibilidade das suas famílias para o mercado de trabalho". "Queremos ter a certeza de que ninguém deixa de ter uma prestação no mercado de trabalho por estar dependente de terceiros", observa Pinto. Este pacote de medidas surge numa altura em que se inverteu a curva descendente dos níveis de desemprego no concelho. "Desde o início deste mandato foi feito um esforço para diminuir o desemprego no concelho e, em três anos, passámos de 9800 desempregados para 6800. No entanto, em Dezembro a curva inverteu-se", explicou o autarca.
LUSA/JN