O NIASSA

Este paquete fez durante muitos anos parte do meu imaginário. É normal um miúdo que nasce ao lado do Porto de Leixões ter com os barcos e tudo o que é navegação uma ligação especial. Por mero acaso, um amigo meu, o António Duarte, que reside em Unhais da Serra, ali com vista para o ponto mais alto de Portugal, enviou-me magníficas imagens de antigos paquetes da marinha imperial portuguesa. Entre eles o meu eleito - o Niassa. Porque foi nele que o meu padrinho, o Barocas, já falecido, viajou para Angola, numa viagem que toda a família acabou por fazer quanto mais não seja nas asas da imaginação. É também a memória de um país que não era mais rico mas que muitos garantem que era mais feliz. Pela parte que me toca, confirmo, mas era uma criança ainda e já nessa altura sabia que melhores dias não viriam.