À NOITE NO MUSEU

Esta noite ia para casa quando me lembrei de que era noite de visitar o museu da Quinta de Santiago tendo como guia o mordomo Baptista.
Uma vez por mês, sempre à quinta-feira, se calhar com um interregno nos meses de Inverso, Joel Cleto liga a máquina do tempo e faz-nos recuar cem anos, dando-nos a conhecer os cantos da casa dos Santiago Carvalho, a família nobre que escolheu a margem direita da foz Leça como seu campo de sonhos.
Quem me conhece sabe que há muito tempo que aprecio o trabalho que o "nosso arqueólogo" tem feito por Matosinhos e pelos matosinhenses. Mas a verdade é que não conhecia este seu jeito para a representação de um papel.
Os 80 minutos que durou a viagem nocturna pela casa dos Santiagos passaram depressa, com o bónus proporcionado pela exposição de alguns dos melhores trabalhos de Augusto Gomes, que por sí só justificam uma visita durante o horário normal do museu.
São coisas assim que nos reconfortam e reconciliam com o serviço público, quando este nos é prestado com sabedoria, dedicação e verdadeiro empenho, não deixando morrer o nosso melhor património: a memória.

Obrigado, Baptista!