Apenas com seis abstenções, os sócios do Leixões SC votaram a formação de um grupo de trabalho para ponderar a cissão entre o clube e a sua SAD para o futebol profissional.
Já dizia o Alfredo Farinha que as sociedades desportivas iam destruir o associativismo desportivo tal como o conhecemos durante muitos anos.
Parecia bruxo.
Hoje, o que resta dos clubes que constituíram SAD é muito pouco e até os grandes têm as suas modalidades 'cooptadas' por instituições externas, de que é exemplo flagrante o nosso vizinho FC Porto. 'quintanilhado' em várias frentes.
No caso concreto da SAD do Leixões, o histórico fala por si. Numa fase inicial ali até a Câmara Municipal de Matosinhos meteu o nariz como acionista de peso, contando com vereadores no conselho de administração. A promiscuidade total.
Com Carlos Oliveira, goste-se ou não do homem que veio de Águeda, o futebol leixonense regressou durante três épocas à I Divisão, beneficiando muito do trabalho que antes foi feito por José Manuel Teixeira, também ele presidente de uma SAD oxigenada pelo capital de Manuel Carvalho.
O que sei é que todos aqueles que investiram na SAD, com a exceção de Paulo Lopo, quando saíram queixaram-se sempre de ali ter enterrado milhares de euros. É uma narrativa que só os próprios poderão confirmar, caso decidam apresentar os respetivos livros de contabilidade.
Este movimento de associados do Leixões, ao que julgo saber, deve-se ao facto de ter sido sussurrada a possibilidade de a SAD dar como garantia o Estádio do Mar, um estádio cheio de história e que a autarquia agora 'guilhotinou' em nome do urbanismo. Não sei se se lembram mas este estádio já chegou a estar penhorado por um par de arquitetos (ou será que ainda está?).
A constituição de grupos de trabalho vale o que vale perante a dificuldade de o clube agora se separar da SAD. Mas pelo menos ficamos a saber que um grupo considerável de sócios do Leixões não cruzou os braços, perante o silêncio dos antigos acionistas que saíram da SAD com sentenças de tribunal por fraude fiscal...