Com esta rua ninguém faz flores

 



Foi breve o 'reinado' de Eduardo Pinheiro na presidência da Câmara de Matosinhos, onde mais uma vez foi cumprida a tradição que diz que o pior que pode acontecer a uma vereador é ser o n.º 2 do executivo, ocupando a vice-presidência.
Guilherme Pinto, já bastante doente, não escolheu o seu asa para lhe suceder como candidato à presidência. Como todos sabem, aceitou a sugestão da distrital para lançar Luísa Salgueiro. O lançamento da candidata aconteceu a pouco mais de um ano das autárquicas de 2017, já com luz verde para aparecer na primeira linha.
O que se sabe é que Eduardo Pinheiro ponderou seriamente ser candidato independente. No fundo, foi como (falso) independente que Guilherme Pinto ganhou em 2013, concorrendo contra uma lista do PS liderada por António Parada e onde constavam Vasco Pinho e Luísa Salgueiro, entre outros socialistas que nunca se atreveram a entregar o cartão.
Mas não. Pinheiro recuou e aceitou ser vice de Luísa Salgueiro. Mas já se sabia que não tardaria a sair para o governo, onde ainda permanece, depois de ter visto o seu nome sugerido para a candidatura à Câmara do Porto, no ano passado. Uma armadilha que obviamente evitou.
Eduardo Pinheiro continua a viver em Matosinhos e vai aparecendo em alguns eventos, embora não tenha tempo para sunsets na Piscina das Marés. Está no ativo. Nunca se sabe, a presidente da Câmara irá avançar certamente para a terceira e última candidatura mas depois pode dar a vaga, em troca de uma posição mais alta (obviamente não estou a falar da secretaria de Estado da administração portuária).
Eu cá gosto do Eduardo Pinheiro (o que não será bom para ele) e nunca mais esqueci a noite em que o vi a supervisionar a colocação de floreiras na rua Brito Capelo. Deu no que deu, foram flores de pouca dura numa rua que surge sempre na primeira linha das campanhas eleitorais mas que volta depois à morte lenta que todos conhecemos.