Honra ao Orfeão de Matosinhos, último bastião da rua Brito Capelo

 


O Orfeão de Matosinhos comemorou a 17 de março de 2022 o seu 105.º aniversário. Coletividade de referência de Matosinhos, mantém, com esforço, ativo o seu grupo coral e tem na sua secção de pesca uma das secções mais antigas e mais dinâmicas (participando nos campeonatos nacionais da modalidade e no seu histórico com um campeão do mundo).

A pandemia afetou naturalmente a sua atividade mas logo que pôde o Orfeão de Matosinhos, hoje presidido por Aurélio Queirós (que não é meu familiar mas apenas faz o favor de ser meu amigo), abriu as suas portas a grupos de danças e de artes marciais que ali trabalham.

Regressar a um passado de grande atividade social é impossível mas o Orfeão vai resistindo e pode orgulhar-se hoje de ser a única 'casa' da rua Brito Capelo com a sua fachada iluminada a LEDS e de continuar a ser um dos grandes fatores de atração de uma rua que definha, ao contrário do seu vizinho da ESAD IDEA onde foram atiradas pazadas de euros na recuperação do edifício da antiga 'Caixa'.


Na cerimónia deste aniversário, as forças do poder local fizeram-se, e muito bem representar, mas elas que me desculpem pois o discurso mais bonito foi o da Paula Bolito, presidente da Assembleia Geral do Orfeão de Matosinhos e uma orfeonista a sério, que nunca cortou a sua ligação a uma casa onde cresceu.

Bonitas foram também as palavras de Paulo Ramos de Carvalho, presidente da junta de freguesia de Matosinhos e Leça da Palmeira, uma junta finalmente a respirar e com uma liderança descomprometida e acessível, Carlos Mouta, atual vice presidente e futuro presidente da Câmara de Matosinhos, e Palmira Macedo, a presidente da Assembleia Municipal a quem tive oportunidade de mostrar o meu avô Delfim Queirós, que pertenceu, em 1917, ao primeiro coro do Orfeão de Matosinhos.

Foi uma noite simples mas quente e na qual também marcaram presenças alguns antigos presidentes do Orfeão, como aconteceu com José Ramos (hoje vice presidente), José Reis e Ana Basílio. A bandeira foi hasteada pelo sócio António Reis, o nosso Toni, um grande tenor e um enorme orfeonista com quem tive o gosto de fazer de conta que cantava quando integrei o coro do Orfeão sob a batuta de Manuel Seabra pai.