OS MECOS

Foto O Leixão
A http://www.matosinhos.otos.tv/ é cada vez mais uma ferramenta indispensável para os matosinhenses. Embora seja claramente um meio de comunicação social de oposição ao actual poder autárquico, ela mostra-nos o povo em todo o seu esplendor democrático, como de tal é exemplo a manif na Serpa Pinto a propósito dos mecos. Manif que o presidente da junta transformou numa reunião no interior de um armazém de vinhos. Salta aos olhos que a alteração da sinalização naquela avenida é no mínimo polémica e que foi feita sem qualquer consulta prévia aos moradores e comerciantes daquela importante via de circulação. Uma questão claramente de autismo de quem pode e decide face àqueles que formam e usufruem do espaço público. As imagens editadas dão conta de uma verdadeiro pandemónio - que muitas vezes também se registava na postura anterior de trânsito... - e também da revolta daqueles que pelos vistos só contam na hora do apelo ao voto. O "poder ao pé da porta" deve ser exercido como tal e não com decisões à má fila, pela calada da noite. Não sou eu que vou contestar a qualidade dos nossos técnicos de trânsito mas, caramba, meus senhores, o que fizeram desta vez é uma verdadeira obra de engenharia criativa: uma espécie de rally paper num vaso arterial fundamental. Ainda na Matosinhos TV, imprescindível também ouvir Pedro Baptista, acompanhado por um senhor de cordão cervical e com um fundo de gaivotas em terra, a afirmar que a primeira medida que vai tomar se for eleito presidente do PS Porto é convocar matemáticos no sentido de encontrar um sistema eleitoral perfeito, o que só confirma o que atrás se disse, ou seja, que a matemática eleitoral é uma prioridade dos políticos que temos e não o trânsito, o interesse particular das populações e o pulsar de uma cidade. É pena mas pouco há para fazer a não ser, de quando em vez, exercer o nosso direito à indignação, que era o que estava a fazer o meu primo Miguel naquela concentração na Serpa Pinto onde presumo ter visto, muito caladinha, a líder do PSD local, a dona Clarisse.