OS BANDIDOS TIRARAM A MÁSCARA


O crash dos mercados mundiais é algo que nos pode afectar a curto prazo, pondo em causa planos de vida feitos com realismo e com base no produto que é o trabalho. A leviandade chegou ao ponto de os próprios Estados admitirem planos de salvação para os bancos que estão em falência técnica, passando uma esponja sobre a responsabilidade que esses mesmos bancos têm na crise que nos afecta a todos. No fundo, o mercado financeiro não passa de um gigantesco bluff e de uma espécie de selvajaria em nome do liberalismo capitalista. Quando a merceria da nossa rua abre falência porque entretanto abriu um centro comercial a 700 metros - com apoios públicos diversos - ou quando o nosso amigo cai no desemprego aos 40 anos porque é preciso continuar a pagar chorudos ordenados aos admnistradores da sua empresa, o Estado pura e simplesmente assobia para o ar. Salvar os bancos que estão a ir ao charco é uma indignidade. Deixem-nos ir, fizeram por isso e certamente não serão salvos com os fabulosos lucros que alguns especuladores conseguiram antes da falência deste sistema tipo pirâmide. Não tenham pena dos bancos e dos banqueiros pois eles já roubaram q.b. e não dependem, quase como todos nós, do salário que se recebe no final do mês. Vistas bem as coisas, não precisamos dos bancos para nada e muito menos para gerir o nosso (pouco dinheiro). O capitalismo não tem mais de 200 anos e está longe de ser o sistema perfeito. Que pelo menos esta crise mundial sirva de lição e proporcione uma mudança de paradigma no decrépito e ganancioso sistema financeiro mundial, um universo impune onde diversos sharks amplificam fortunas ilícitas enquanto o Zé Povo dá ao gatilho ou estiola à fome. Não deixa de ser, isso sim, confrangedor ver os chamados analistas financeiros, que mamam da teta agora pôdre, sem palavras para explicar as razões da crise e a sua profundidade. E não venham dizer que não estavam à espera disto...